domingo, 15 de novembro de 2009

Web 1.0 x Web 2.0

No princípio, era o Verbo. E muitos links. E muito texto, pouca interação, alguma interatividade. Assim apareceu a web para a maior parte dos internautas (não vou entrar nos detalhes da vida pregressa da rede, quando era apenas militar e , depois, militar e acadêmica). A verdade é que a internet, tirando o serviço de mensagens e e-mail, nos anos 90, parece-me hoje uma grande tele-entrega: sem sair de casa, só olhando para computador, a gente podia ler as notícias, conhecer empresas, pesquisar produtos e, quem sabe, até comprar alguma coisa (e disso, até hoje, muita gente tem medo. Lembro que me olhavam com espanto quando eu dizia que comprava coisas online!). Participar no jornalismo? Só em murais, enquetes e via e-mail. Nada muito diferente de uma rádio, de um jornal, só que com a opção de enviar a “cartinha” pelo computador.

Mas a linguagem dos desenvolvedores foi crescendo, a banda de navegação aumentando, assim como a inclusão digital. E explodiram as redes sociais, fotologs, blogs e descobriu-seu toda uma web em que não éramos mais apenas simples leitores e emissores de opinião, mas também produtores de conteúdo. O cidadão comum passou a ter a chance de virar estrela de uma forma muito mais simples (quantos blogueiros não ficaram famosos?), todo mundo passou a ter voz. E aí surgiu o termo web 2.0 (e, provavelmente, o termo web 1.0 também, visto que antes não tinha classificação).

Interação passou a ser a palavra de ordem. Hoje, especialmente no jornalismo, estar de olho no que produz o internauta ‘comum’ virou obrigação – quem já teve ideia de pauta via Twitter põe o dedo aqui!. E entender como funcionam as redes sociais também.

A diferença básica entre a web 1.0 e a 2.0 é a descentralização e disseminação dos conteúdos. A indexação de dados deixa de ser meramente científica e passa a ser mais parecida com o que as pessoas fazem no dia-a-dia, o que foi nomeado de folksonomia (em oposição à taxonomia). As aplicações deixam de ser apensar um envio de dados. A atualização é constante, intensa e reage às ações dos internautas. É possível misturar aplicações de diferentes origens, os chamados mashups. E eu poderia discorrer horas sobre essas características, mas não seria justo. Afinal, meus conhecimentos teóricos sobre o tema não são tão vastos assim e qualquer aprofundamento seria mais cópia que explanação minha. Prefiro utilizar um recurso que já existia na web 1.0 e segue valendo até hoje: o hiperlink.

Nessa nova velha web (porque o termo Web 3.0 já existe também na Wikipédia), o poder é do internauta. Um poder desperdiçado em 90% das vezes (se não mais, afinal, muito do conteúdo da web é “lixo”), mas que, quando bem utilizado, mostra a força da informação vinda do usuário.

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